Skip to main content

A economia brasileira está começando a sair da inércia e o País já está sendo visto com boa vontade pelo investidor externo, disse nesta terça-feira, 26, a economista Zeina Latif, em evento presencial e virtual promovido pelo Comitê Empresarial da ABPI – Associação Brasileira da Propriedade Intelectual. “Temos agendas que estão caminhando e o que precisamos é resgatar o espírito empreendedor da indústria”, disse. “O Brasil está numa posição, privilegiada e no curto prazo será beneficiado, pois há uma brisa, um olhar um pouco diferente do investidor lá fora”, acrescentou a economista em sua palestra “Tendências e perspectivas econômicas do Brasil”, com participação do presidente da ABPI, Gabriel Leonardos, da coordenadora do Comitê, Patrícia Gestic, e de representantes de empresas, entre Vale, Braskem, Sanofi, Bosch e Interfarma, entre outros.

Mas, apesar de alguns sinais positivos, o cenário de recuperação da economia ainda está distante, ponderou a economista, e o Brasil terá ainda que conviver com inflação ascendente e queda ou estagnação da atividade econômica. “A alta de juros ainda vai se materializar na economia, com possibilidade de variações negativas do PIB”, disse. “Não teremos um ambiente fácil este ano”.  O País, explicou, não resolveu problemas estruturais, no âmbito do chamado “Custo Brasil”, como excesso de intervencionismo estatal, protecionismo, distorção tributária, falta de especialização da mão de obra e baixa produtividade da indústria. “Precisamos eliminar regimes especiais protecionistas que em nada contribuem para o País”, defendeu. “A indústria errou muito nas suas pautas, muito presa ao protecionismo, mas temos que virar esta página porque não deu certo”.

O presidente da ABPI, por sua vez, lembrou que, nos últimos 8 anos, os pedidos de patentes junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) caíram de 36 mil pedidos para 26 mil pedidos, o que, segundo ele, “demonstra a nossa defasagem tecnológica e é uma consequência da desindustrialização do País”. Para Zeina, no entanto, a desindustrialização não deve ser justificativa para mais políticas protecionistas. “Estamos com a produtividade quase estagnada”, disse.

SEJA UM ASSOCIADO