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Como reverter a discriminação, a desigualdade profissional e o quadro de violência doméstica contra as mulheres na sociedade? A resposta passa pela educação, por pressão social e até pelo uso de tecnologia, apontaram, nesta segunda-feira, 08, as participantes do webinar em celebração ao Dia Internacional da Mulher. Realizado pelas associações ABAPI (Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial), ABAPI (Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial), ASIPI (Associación Interamericana de la Propiedad Intelectual) e ASPI (Associação Paulista da Propriedade Intelectual), o debate foi mediado pela coordenadora do Comitê de Diversidade da ABPI, Renata Shaw e reuniu a Andréa Possinhas, vice-presidente da ABAPI, Neide Bueno, diretora Cultural da ASPI, Erika Diniz, diretora-executiva da ABPI, Elisabeth Siemsen do Amaral, presidente da ASIPI, e Kone Cesário, vice-diretora da Faculdade Nacional de Direito (FND) da UFRJ.

As participantes do debate contaram suas trajetórias profissionais, em que as dificuldades enfrentadas no mundo corporativo, masculino por excelência, são notórias. As experiências demonstraram que as dificuldades eram sobretudo culturais.  Andréa Possinhas, da ABAPI, destacou o problema da gravidez como obstáculo à ascensão profissional da mulher. “A gravidez no mundo corporativo ainda é uma questão”, disse. Renata Shaw, da ABPI, citou uma pesquisa dando conta que 40% das mulheres trabalhadoras perdem o emprego dois meses depois de terem seus filhos.

A luta da mulher pelo reconhecimento profissional não é diretamente contra os homens no ambiente de trabalho, que em muitos casos são até aliados. O problema é estrutural. Neide Bueno, além de mulher e negra, trilhou uma trajetória profissional ascendente. Ela dá a receita do sucesso feminino no mundo empresarial: “A mulher deve saber se impor sempre que necessário”, diz. Para muitas mulheres esta imposição não é fácil. “O homem é a base da estrutura da sociedade patriarcal”, aponta Erika Diniz, da ABPI. Para ela, a questão da igualdade de direitos das mulheres é pauta prioritária para o avanço da sociedade. “Temos que refletir mais sobre este tema e investir na educação, principalmente dos nossos filhos, para evitar que as próximas gerações passem por isso”.

Fato que, por enquanto, a advocacia é predominantemente masculina.  Segundo Elisabeth Siemsen do Amaral, da ASIPI, a maioria dos escritórios latino-americanos é formada apenas por homens, sendo que, nestes, apenas 11% dos executivos são mulheres, um percentual que é menor ainda quando se sobe na escada da hierarquia. Aos poucos, porém, as mulheres vão equilibrando as vagas no mercado de trabalho. “Alguns estudos apontam que o investimento na diversidade impulsiona a inovação e o crescimento das empresas”, diz a presidente da ASIPI.

A violência doméstica, outro item da pauta do debate, agora pode ser enfrentado com a ajuda da tecnologia. Estudantes do Centro de Estudos de Direito e Tecnologia da UFRJ desenvolveram o Maria da Penha Virtual, um aplicativo que pode ser acessado a partir de qualquer dispositivo eletrônico. Por meio dele, a vítima de violência doméstica pode realizar virtualmente o pedido de medida protetiva de urgência, sem precisar se deslocar durante a pandemia. “A violência contra a mulher faz parte de um processo em que, muitas vezes, ela não se dá conta”, explica Kone Cesário, da FND. “Há a violência psicológica, a patrimonial, o encarceramento e muitas outras formas de violência”, concluiu.

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