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Depois que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, definiu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a indústria da moda nunca mais foi a mesma, ressaltou a consultora da Comissão de Direito da Moda (CDM), coordenadora do Instituto Europeu de Design – IED-Rio e fundadora do Rio Ethical Fashion, Yamê Reis, nesta quarta, 24, durante o 4º Law & Fashion Webtalk, “Sustentabilidade aplicada à indústria da moda”. O debate, promovido pela CDMD da OAB-RJ, em parceria com a ABPI – Associação Brasileira da Propriedade Intelectual, reuniu ainda a sócia da Lapa Shoes, Paula Passos, e o fundador da Lab 77, Sérgio Dutra, com mediação das advogadas Renata Lisboa, conselheira da ABPI,e Ana Leticia Allevato, Secretária-geral da Comissão de Direito da Moda da OAB / RJ. “A sustentabilidade no setor de moda não é uma tendência, veio para ficar”, acrescentou Yamê.

Segundo Yamê, nas empresas socialmente responsáveis a igualdade de gênero, o uso de materiais limpos, o estímulo ao consumo responsável, processos envolvendo economia circular, segurança do trabalho, entre outros itens, estão incorporados à gestão estratégica das empresas. “Muitas destas ações sustentáveis trazem economia para as empresas”, disse ressaltando a função educativa da marca junto ao consumidor. “Esse lugar da marca que fala e educa é importante para transformar o consumidor”.

A Lapa Shoes segue o modelo sustentável de gestão e, como não utiliza nenhum produto de origem animal, caracteriza-se como empresa vegana. Um exemplo é a linha “Lapa Recicla” de calçados produzidos com tecido reciclado sem processos químicos e uso de água. Todos os produtos da empresa são produzidos com base no conceito slow fashion, que prioriza o consumo responsável e o descarte correto da peça ao final da sua vida útil. “Quando comecei fui picada pelo espírito do empreendedorismo e queria começar da forma mais correta possível”, explicou Paula.

Na Lab 77 a sustentabilidade está no próprio modelo de negócio. A empresa, que tem a camiseta como carro-chefe, tem toda a sua linha de produção (costureiras, estamparia etc.) concentrada num só local e só vende sob demanda. Um dos segredos deste sistema é produzir peças atemporais, que já foram testadas e aprovadas pelo consumidor.  “Não colocamos no mercado produto que não vai ser comprado, pois nossa meta principal é não deixar resíduo, o chamado estoque morto”, diz Dutra. Segundo ele, a indústria da moda gera muito excesso, sendo que das 150 bilhões de peças produzidas anualmente no mundo 30% são ou queimadas ou devolvidas aos países de origem.

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