Daren Tang, chefe do escritório de Propriedade Intelectual de Cingapura, foi eleito o novo diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês). Ele foi escolhido entre cinco finalistas, em disputa final acirrada com o chinês Wang Binying, atualmente vice-diretor-geral da entidade. A votação foi conduzida por um Comitê formado por 193 membros de 83 países presididos pela França. A aprovação do novo diretor geral será ratificada somente em maio pela assembleia geral da OMPI que, no entanto, nunca rejeitou um candidato eleito, desde que a agência foi criada em 1967.
Pequim buscava seu quinto papel de liderança da ONU que, alertavam seus críticos, principalmente os Estados Unidos, daria ao país uma influência sem precedentes sobre as novas tecnologias. De fato, a China já lidera quatro agências da ONU: a Organização para a Agricultura e a Alimentação, a Organização Internacional de Aviação Civil, a Organização de Desenvolvimento Industrial e a União Internacional de Telecomunicações. Assumindo a OMPI influenciaria sobremaneira as regras globais de propriedade intelectual num sistema de patentes no qual a China e suas empresas, como a gigante de telecomunicações Huawei Technologies, tem uma participação crescente.
Daren Tang deverá cumprir um mandato de seis anos e substituir o ex-diretor-geral australiano Francis Gurry, que, durante sua gestão, supervisionou uma explosão nos pedidos de patentes e iniciou negociações preliminares sobre se a inteligência artificial ou as máquinas podem ser inventoras.
A agência da ONU espera receitas de 880 milhões de francos suíços (US $ 921 milhões) em 2020-2021, principalmente devido às taxas de registro de patentes, afirma em seu site.