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O futuro da propriedade intelectual está nas crianças

O futuro da Propriedade Intelectual está na educação e nas crianças apontaram, nesta terça-feira, 22, os participantes da plenária de encerramento do 43º Congresso da ABPI – a diretora do USPTO, o escritório americano de patentes, Kathi Vidal; o CEO da INTA (International Trademark Association), Etienne Sanz de Acedo; o diretor-executivo da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), Sheriff Saadallah; e o ex-presidente da ABPI e da AIPPI (Associação Internacional para Proteção da Propriedade Intelectual, na tradução para o português), Luiz Henrique O. do Amaral. O debate foi moderado pelo presidente da ABPI, Gabriel Leonardos.

Em sua exposição, Kathi Vidal, que também é subsecretária de Comércio de Propriedade Intelectual do governo americano, descreveu vários projetos na área educacional que vêm sendo promovidos pelo USPTO. Na relação constam programas sobre empreendedorismo e Propriedade Intelectual organizados junto às escolas de ensino médio, universidades, bibliotecas, em colônias de férias infantis, além de programas educativos pro bono para novos empreendedores e até junto a militares. “Nosso objetivo é chegar em todos os lugares dos EUA, onde estão as pessoas, independentemente da localização ou da condição financeira”, disse a diretora do USPTO.

Para Saadallah, o futuro será marcado pela revolução tecnológica e, por conta disso, é essencial o treinamento das novas gerações em PI. “Novas ondas tecnológicas estão surgindo em todas as economias, da supercomputação à biotecnologia, da nanotecnologia à computação quântica, e esta tendência marca a trajetória da PI no futuro”.

A OMPI, explicou Saadallah, tem 14 institutos de treinamento espalhados pelo mundo, número que vem se expandindo para países africanos e asiáticos. Segundo ele, já são mais de 90 projetos de mentoria em PI, beneficiando mais de 300 mil empreendedores não tradicionais, inclusive, de comunidades indígenas. “A PI do futuro será inclusiva, reunindo segmentos da sociedade que antes não eram priorizados, como as mulheres”, afirmou. 

Acedo, da INTA, trouxe para o debate alguns desafios que a Propriedade Intelectual do futuro terá que enfrentar. Um deles será avaliar como a Inteligência Artificial e seus derivados, como blockchain, ChatGPT, estão afetando a cadeia de valor da PI. Outra ameaça são, segundo ele, as plataformas online, que estão substituindo os escritórios e desestimulam o uso da PI. “Os depósitos de patentes podem virar um tipo de commodities e as máquinas poderão fazer grande parte do trabalho dos escritórios”, advertiu. E concluiu esperançoso: “O cenário será desafiador, mas apesar de amedrontador, temos a responsabilidade de moldar este futuro e dar as respostas certas”.

 Amaral, por sua vez, chamou a atenção para a falta, no Brasil, de um programa de educação sobre PI nas escolas, mas fez um desenho otimista do futuro. “Tudo o que está acontecendo vai nos ajudar a crescer no Brasil. Temos uma grande população e as crianças adoram a tecnologia, por isso precisam ser educadas. Vejo no futuro uma sociedade mais integrada e a PI pode ser o veículo para ajudar isso e monetizar as ideias, capturar o valor da criação e criar um ciclo positivo para a sociedade”. Para ele, o desafio maior será aprender a utilizar a Inteligência Artificial. “O meu temor é que tenhamos uma divisão na sociedade e muitos fiquem excluídos. Por isso, temos que ter cada vez mais porções de brasileiros adquirindo, digerindo e sabendo como lucrar com a IA”.

 

 

 

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