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Na recuperação econômica é proibido gastar

Segundo Eduardo Loyo, o ajuste fiscal será gradual e condicionado ao crescimento do PIB. Uma questão “chave” para a manutenção do processo de recuperação econômica.

A política geminada de aumento das despesas com elevação tributária, habitual na busca do superávit primário, está esgotada e o Brasil terá que se valer do remédio amargo da limitação dos gastos públicos, disse o economista Eduardo Loyo, do BTG Pactual, em palestra de abertura do 40º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual. “Esta medida, imposta por emenda constitucional, nos obrigará a uma consolidação fiscal e produzirá o efeito colateral da segregação da discussão sobre gastos e receita”, disse o economista. Se os gastos estão limitados pelo teto não adianta encontrar mais receita com a finalidade de gastar mais, pois isso não é permitido pela vigência do teto dos gastos”.

Para Loyo, o ajuste fiscal será muito gradual e condicionado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), uma questão que ele considera “chave” para a manutenção do processo de recuperação econômica. “É um tema de interesse geral do País  e crucial para o sentimento econômico. Nossa questão é primordialmente fiscal e temos que atentar para ela”.

O Brasil, disse Loyo em sua palestra, registrou três grandes surpresas com a pandemia que tiveram impactos positivos na economia. Uma foi a resiliência operacional da economia, bem maior do que se imaginava. Outra, a sustentação da demanda de bens e serviços, no que ajudou as transferências de renda do governo para a população. Outra grande surpresa foi que a dita segunda onda, que veio com menos intensidade do previsto, permitindo um relaxamento das regras de isolamento social. “A economia está em recuperação no Brasil e outros países em ritmo bem mais rápido do que se previa”, disse.

No entanto, de acordo com o economista, apesar da recuperação, a pandemia deixou um legado de incertezas, “um choque comportamental”, que pode afetar os investimentos. “As famílias vão poupar mais por temor do que possa acontecer no futuro? Ou haverá uma rede de proteção social e as taxas de poupança continuarão as mesmas? Os investidores continuarão investindo?”, questionou. Há ainda que se considerar o choque fiscal ”gigantesco” que a pandemia provocou, reduzindo a arrecadação, aumentando as despesas e deixando uma demanda por novos mecanismos de proteção social. “Tudo isso vai requerer uma digestão prolongada”, finalizou.

Você, que está cadastrado no Congresso da ABPI,  pode rever a palestra de Eduardo Loyo clicando aqui. 

 

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