Para o professor doutor Álvaro Machado Dias, Neurocientista e especialista em comportamento humano e novas tecnologias, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o progresso civilizatório é marcado pela transmissão cultural, que acontece através dos sons, da escrita ou da fala. Em sua análise, mais recentemente, a Inteligência Artificial (IA), também pode ser vista como mais uma dessas ferramentas de transmissão cultural. “A diferença é que pela primeira vez na história, compartilhamos o princípio fundamental da transmissão cultural com outros entes”. O professor foi o keynote speaker do 44º Congresso da ABPI e se apresentou na abertura do evento.
Álvaro Dias afirmou que a IA se deriva de conhecimentos firmados no final do século 19 e começo do século 20 sobre o funcionamentos dos neurônios e de estudos que tentaram sistematizar tudo isso de maneira muito simples no começo anos 1940 e também na década de 1950 com pequenas redes de neurônios.
Especialmente na área jurídica, o professor destaca que tem notado o surgimento de várias “startups de Direito”, utilizando a IA, fundamentalmente, a generativa. “Algumas têm potencial, mas nem todas. Vejo na maior partes dos casos que a tentativa é de automatizar processos escaláveis, como a produção de petições”.
