Newsletter ABPI - Edição 50 - Setembro 2023

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Brasil é líder em inovação na América Latina

Depois de ficar fora, durante mais de uma década, o Brasil volta a figurar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo, classificadas pelo IGI (Índice Global de Inovação) da WIPO (Organização Mundial da Propriedade Intelectual, na sigla em inglês). No ranking de 2023 o País subiu cinco posições, ocupa o 49º lugar entre 132 países e é, no quesito, líder em inovação na América Latina, ultrapassando pela primeira vez o Chile.

Entre os países do BRICS, o Brasil passa a ocupar o terceiro lugar, superando a Rússia (51º lugar) e a África do Sul (59º), ficando atrás apenas da China (12º lugar) e da Índia (40º lugar).

O Brasil se destacou em diversos indicadores, incluindo serviços governamentais online (14ª posição), participação eletrônica (11ª posição), e pelo valor de seus 16 unicórnios, que são startups com alto valor de mercado em dólares (22ª posição). O País obteve ainda bons resultados em ativos intangíveis (31ª posição), marcas registradas (13ª posição) e valor global de suas marcas (39ª posição).

Abaixo, entrevista com o economista chefe do Departamento de Economia e Análise de Dados da WIPO, Carsten Fink:

De acordo com o Índice Global de Inovação (IGI) da OMPI, o Brasil avançou cinco posições no ranking e está entre as 50 economias mais inovadoras do mundo, ocupando a primeira posição na América Latina. O que levou o Brasil a alcançar essa posição?

Carsten Fink: Não há um único fator que possa explicar o avanço do Brasil. O IGI é um indicador composto por 80 variáveis que visam capturar de forma abrangente os diferentes pilares dos ecossistemas de inovação. Dito isso, vale ressaltar que o Brasil apresenta um desempenho sólido nos pilares de sofisticação empresarial e resultados criativos do IGI. Também se destaca em um novo indicador que incluímos no IGI este ano – a avaliação das empresas unicórnios.

Essa posição é sustentável? Estamos no caminho certo? Dado o potencial do Brasil, não deveríamos estar em uma posição melhor?

CF: O desempenho de inovação do Brasil no IGI supera o que o nível de desenvolvimento de sua economia poderia prever. Nesse sentido, o Brasil está no caminho certo. Uma preocupação futura diz respeito à diminuição do financiamento de capital de risco em 2022, que persiste em 2023. As taxas de juros mais altas em todo o mundo reduziram consideravelmente a disponibilidade de financiamento para inovação, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Existe o risco de que o vibrante sistema de startups do Brasil sofra se essas condições financeiras adversas persistirem.

Países estrangeiros dominam os registros de patentes em território nacional. De aproximadamente 26 mil pedidos de patentes, menos de 20% são de indivíduos ou empresas brasileiras. Como podemos melhorar essa posição?

CF: A longo prazo, o crescimento da economia de inovação doméstica é o que leva a mais patentes nacionais, então, mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento pelos setores público e privado são um impulsionador fundamental. Em algumas outras economias de renda média selecionadas – especialmente China e Índia – a parcela de requerentes de patentes residentes aumentou à medida que a economia local de inovação experimentou um crescimento rápido.

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