Newsletter Edição 11 - Fevereiro 2020

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As Lawtechs & Legaltechs e o Direito do futuro

De acordo com números da AB2L, hoje no Brasil são mais de 140 startups atuando no ramos de soluções tecnológicas para questões do mundo jurídico

O advogado do futuro já existe. Ele domina a linguagem da tecnologia, sabe utilizar as novas ferramentas digitais e, ao mesmo tempo, mantém as antigas habilidades pertinentes à profissão, como a empatia, a capacidade conciliatória e, claro, o amplo domínio da técnica jurídica. Este é, em resumo, o perfil do novo profissional do direito, traçado por Daniel Marques, presidente da Associação Brasileira de Lawtechs & Legaltechs (AB2L). Ele foi o entrevistado do ABPI Cast de fevereiro, que contou com a participação de Gabriel Leonardos, primeiro vice-presidente da ABPI e presidente da Comissão Especial de Propriedade Intelectual do Conselho Federal da OAB.

Criada no final de 2017, na esteira da denominada quarta revolução industrial, a AB2L começou com 20 Lawtechs/Legaltechs e hoje reúne mais de 500 associados, entre empresas de tecnologia jurídica, escritórios associados, profissionais autônomos e prestadores de serviços. As Lawtechs ou Legaltechs, empresas dedicadas a soluções tecnológicas para questões do mundo jurídico, vêm se multiplicando. Segundo levantamento da LawGeex, empresa de inteligência artificial voltada à advocacia, em 2018 esse mercado movimentou mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo. Só no Brasil, de acordo com a AB2L, hoje são mais de 140 startups nesse ramo.

Resgate da essência da profissão
Em um setor no qual, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), há mais de um milhão de advogados que gerenciam mais de 100 milhões de processos, a tecnologia é um facilitador. Ao invés de substituir a advocacia, explica Marques, as novas tecnologias estão liberando os profissionais de direito de tarefas meramente burocráticas ou repetitivas. “Como acontece em qualquer ramo, estas tarefas as máquinas podem fazer, permitindo que o advogado foque naquilo para o qual foi formado”, acrescenta. “As novas tecnologias estão ajudando o advogado a resgatar a essência da sua profissão”.

Há várias tarefas repetitivas, segundo ele, já incorporadas pela tecnologia digital, como o acompanhamento processual que pode ser feito on line, utilizando uma planilha Excel. As ferramentas business intelligence estão transformando os escritórios, cuja atuação não está mais limitada à região onde estão localizados, podendo atender clientes no Brasil inteiro e até do exterior. “Nesta primeira fase da digitalização está sendo adotada a automatização de procedimentos e na próxima, que está por vir, será a de repensar os processos, para que sejam mais simples, eficazes e acessíveis”.

As novas gerações de advogados, pontuou, Gabriel Leonardos, terão que incorporar os novos processos trazidos pela tecnologia, e, ao mesmo tempo, preservar a capacidade de relacionamento interpessoal, a socialização e a empatia, que caracterizam o bom exercício da profissão. Estamos, sim, exigindo das novas gerações que adquiram novas habilidades sem abrir mão das antigas”.

Clique aqui e ouça o podcast completo.

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