A ciência brasileira em evidência
O engenheiro eletrônico Antonio Carlos de Souza Abrantes, estudioso de patentes e autor de livros sobre o tema, acaba de criar uma página na internet dedicada à ciência brasileira. Do site cientistaspatentes.com.br, constam patentes de 812 cientistas brasileiros entre os 100 mil pesquisadores mais citados em publicações internacionais, segundo estudo feito pela Universidade de Stanford e publicado na edição de 2021 da renomada PLOS (Public Library of Science). O site mostra também as decisões judiciais relativas a patentes.
Como surgiu a ideia do site?
Antonio Carlos de Souza Abrantes: Surgiu a partir da divulgação dos dados de pesquisa realizada pela Universidade de Stanford mostrando que 0.8% dos cientistas mais citados nas revistas internacionais especializadas eram brasileiros. A proposta do site é dar mais visibilidade a estes 812 brasileiros que aparecem na lista e investigar quantos pedidos de patentes estão associados a cada pesquisador, assim como o levantamento de dados de cada pesquisador junto à plataforma Lattes. Este levantamento conta com o apoio de alunos da Academia do INPI sob coordenação da professora Rita Machado.
Que informações constam na página?
ACSA: A página mostra os currículos dos 812 cientistas com pesquisa no Brasil que aparecem na lista. O site permite fazer buscas por estados da federação, pelo nome do cientista ou por instituição à qual está vinculado, ou mesmo identificar grupo mulheres (112), negros (seis) e detentores de depósitos de pedidos de patente (310, ou seja, algo como 38%, considerado razoável considerando que muitas pesquisas não são objeto direto de patentes como, por exemplo, ciências sociais), bem como mostrar um ranking com os que detêm o maior número de depósitos de patentes.
Como avalia a participação brasileira na pesquisa?
ACSA: A lista publicada na Revista PLOS mostra um total de 100 mil pesquisadores, dos quais apenas 812 têm sua pesquisa radicada no Brasil, sendo que, deste grupo, muitos são estrangeiros, o que mostra a internacionalização e integração de nossa ciência com outros centros de pesquisa. Curiosamente alguns são falecidos, mas continuam sendo citados nos artigos atualmente, como é o caso da agrônoma Joanna Dobereiner, do bioquímico Otto Gottlieb e do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, o que mostra sua relevância internacional.