O painel 7 “Inovação na indústria AGRO”, abriu os trabalhos do terceiro dia do Congresso da ABPI. Os especialistas Ícaro Leonardo da Silva, diretor de Patentes da Ericsson e Vishal Sodha, diretor Global de Propriedade Intelectual da UPL, foram recebidos e moderados por Isabel Milman.
O foco do executivo da Ericsson foi o uso da tecnologia celular no agronegócio e como isso pode impactar positivamente o setor. “As possibilidades são inúmeras, como manutenção e medição de performance de veículos, operação baseada em vídeos, acesso a vídeos em tempo real, disponibilidade de mapas digitais, controle e monitoramento de pragas.
Para ele, ainda há um enorme potencial de inovação no agronegócio através da tecnologia. “Isso só vai se concretizar com o uso cada vez maior da tecnologia por parte do setor. Além disso, é fundamental estimular o licenciamento de patentes essenciais do 5G para incentivar mais um ciclo de inovação tecnológica”.
Ainda sobre patentes, no final de sua apresentação, Ícaro fez uma provocação à plateia, perguntando o que aconteceria no Brasil com o fim dos mecanismos jurídicos de proteção aos titulares de patentes essenciais a um padrão (Standard Essential Patents – SEPs). “Posso imaginar algumas consequências, como a desvalorização das SEPs, a redução dos índices de inovação, com menos submissões ao INPI e uma gradual diminuição de relevância do Brasil no cenário global de SEPs”.
Vishal Sodha, diretor da UPL, elencou vários desafios que a indústria agrícola enfrenta, como a segurança alimentar, oferecendo alimentação saudável e ao mesmo tempo cuidando da qualidade e saúde da terra e da água. “Precisamos pensar na gestão de pestes que atingem as diferentes culturas, a falta de água, o transporte da colheita até a mesa das pessoas, o equilíbrio e redução de produtos químicos”.
Para Sodha, a PI será muito importante para definir estratégias que possam vencer esses e outros obstáculos. “Soluções digitais são importantes, como mapeamento por satélites, tecnologia verde/biotecnologia e análise de dados que colaboram com o gerenciamento de plantações e colheitas e o acompanhamento de mudanças climáticas”.
