Newsletter - Edição 34 - Março 2022

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Equidade de gênero nas associações PI melhorou, mas pode aumentar

A participação de mulheres em posições de liderança, considerando as interseccionalidades no mundo da propriedade intelectual, ainda não é a ideal, mas são inegáveis os avanços obtidos nos últimos anos para a equidade de gênero, apontaram Isabella Cardozo, coordenadora do Comitê de Diversidade da ABPI, Neide Bueno, conselheira da ASPI (Associação Paulista da Propriedade Intelectual) e as ex-presidentes da INTA (International Trademark Association), Tiki Dare, da ASIPI (Associação Interamericana da Propriedade Intelectual), Maria del Pilar Troncoso, e da ABAPI (Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial), Lilian de Melo Silveira. Elas participaram, no dia 10 de março, do webinar internacional “Associações de Propriedade intelectual e as iniciativas para promover a equidade de gênero”, sob a mediação de Martín Michaus Romero, ex-presidente da AMPPI (Asociación Mexicana para la Protección de la Propiedad Intelectual).

Isabella Cardozo lembrou que, das últimas cinco presidências da ABPI, três foram de mulheres. E as duas mais recentes, embora masculinas, promoveram a diversidade: a gestão anterior criou o Comitê de Diversidade e Inclusão, enquanto que a atual estabeleceu a paridade de gênero na diretoria executiva. Nos últimos dois anos, acrescentou, o Comitê realizou palestras, cursos e debates abordando temas sobre racismo, LGBTQIAP+, pessoas portadoras de deficiências e equidade de gênero. Apesar dos avanços, a ABPI mantém sua agenda ambiciosa para a promoção da inclusão e equidade. Do plano da atual gestão, constam a maior representatividade em congressos, publicações, entre outras atividades.  “Nosso plano prevê várias ações na direção da diversidade”, disse, ao lembrar que, no Brasil, mais de 50% da população se autodeclara negra e que o olhar interseccional é essencial para o real avanço em diversidade, equidade e inclusão.

Maria del Pilar Troncoso, por sua vez, explicou que, no âmbito da ASIPI, a primeira participação feminina no Comitê Executivo ocorreu somente em 1997, momento que ela considera tardio para uma associação fundada há mais de três décadas.  No entanto, a partir de então, a presença feminina na entidade só aumentou, com a criação, em 2009, de um Comitê voltado para discutir a participação das mulheres no mercado de trabalho. Segundo ela, hoje, entre os 45 países associados da ASIPI, a presença feminina está cada vez mais próxima da equidade com os homens. “Em alguns países, como na República Dominicana, o número de associados mulheres é o dobro de associados homens”, acrescentou.

Lilian de Melo Silveira informou que, no caso da ABAPI, a inclusão feminina se deu naturalmente, acompanhando a evolução da presença da mulher no mercado de trabalho. Em fins da década de 50, segundo ela, havia uma participação de 30% de mulheres entre os associados da entidade, percentual que hoje chegou a 48%, com equidade de gênero na diretoria, e mais de 60% na coordenação dos cursos. “Estamos avaliando a criação de um grupo de trabalho, que pode ser na forma de um comitê, para tratar esta questão da equidade”, disse. 

Neide Bueno explicou que, fundada por homens, a ASPI teve naturalmente predominância do sexo masculino em suas gestões. Mas, desde de 2009, quando a entidade teve sua primeira mulher na presidência, o caminho para a participação feminina na ASPI aumentou progressivamente. “Hoje, na diretoria executiva, as gestões têm sido formadas de forma equitativa de gênero, não havendo qualquer tipo de discriminação”, disse.

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